segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ficha Militar: A Legião Romana

É indiscutível que o Império Romano teve um dos melhores exércitos que já pisaram sobre a terra. Mas o que o fazia tão poderoso? Era força ou estratégia? Bem, eram as duas coisas.



As forças básicas do exército romano eram as Legiões. Uma legião era um grupo composto por mais ou menos 5 mil soldados. A melhor coisa da legião era sua organização.
A maior parte dos legionários eram da infantaria. Na linha de frente vinham os hastati. Eles eram os mais pobres, geralmente servos de pessoas mais ricas que se filiavam ao exército. Usavam armas mais fracas e serviam para receber o impacto do exército adversário, mas muitos se destacavam e subiam na legião.
Logo depois dois hastati vinham os príncipes. Não eram príncipes, no sentido monárquico, mas soldados um pouco mais avançados que os hastati e formavam a segunda linha.
E depois dos príncipes vinham os pilani, mais experientes e que já haviam sido pelo menos das duas categorias anteriores.


A infantaria ligeira, que servia para entrar rapidamente no território inimigo, era composta pelos vélites. Pela sua função eles não usavam muitos equipamentos, para facilitar a corrida. Não usavam armadura e tinham apenas um elmo de couro. Eram recrutados entre os mais pobres.
Já os que tinham cidadania romana confirmada, eram convocados como auxilia. Eles compunham basicamente a cavalaria e os arqueiros.

A legião também era organizada em divisões. Primeiro vinha o contubérnio, que tinha pelo menos dez soldados. Dez contubérnios formavam uma centúria, que era chefiada por um centurião. Cinco centúrias formavam uma coorte, que era chefiada por um tribuno. E dez coortes formavam a legião, que era comandada por um general. E o Imperador comandava quantas legiões houvesse.

Os romanos evoluíram o conhecimento sobre armaduras de guerra. Antigamente eram usadas armaduras com uma peça inteira, que dava trabalho e era demorado para vestir, além de manter o soldado que a usasse "travado". Os legionários usavam a lorica segmentata. Ela era feita com várias faixas de ferro, ligadas uma as outras por tiras de couro. Eram como escamas de um peixe. Protegiam as costas, a barriga, o peito e os ombros.



O elmo, chamado cassis, também era bem prático. Além da parte comum, que cobre a cabeça e a nuca, possuía duas faixas de metal que cobriam a lateral do rosto e um reforço extra na testa.



Em relação ao armamento também eram bem avançados. Um legionário usava como arma principal a gládio, uma espada curta, cortante dos dois lados da lâmina, porém eram feita especialmente para apunhalar, e não cortar. 



Caso a gládio fosse perdida ou quebrasse, ainda havia o púgio, um punhal largo e curto para combate mais próximo, ou para demais serviços como cortar cordas ou preparar comida.



Outra arma padrão do legionário era o pilo. Consistia em um dardo com corpo feito de madeira, mas com uma longa e fina ponta de ferro. Quando esse dardo tingia o escudo inimigo a ponta de ferro se dobrava e ficava presa, forçando o atingido a jogar seu escudo fora.



O scutum era o escudo padrão romano. Era um grande retângulo com 1,20 m de altura por 80 cm de largura. Era feito de madeira, com forma convexa, pintado de vermelho com adornos dourados, e bordas cobertas com fitas de metal.



Para prender suas armas o legionária dispunha do balteus, um tipo de cinto. Servia também para proteger suas partes íntimas.



As sandálias eram as caligae (que originam o nome do imperador Calígula). Eram feitas de couro e perfeitas para marcha, já que eram confortáveis.



Além disso os romanos mostravam seu talento para a engenharia, exibindo poderosas armas de guerra. Haviam as balistas, que disparam pedras a longas distâncias. Os scorpios disparavam dardos enormes de madeira, eram jogados diretamente contra as forças alidas, quebrando qualquer defesa.



E assim era composto o exército romano. Podemos observar que a organização, estratégia e força eram os pontos principais que elevaram essa força de combate extraordinária!

Até a próxima postagem!

sábado, 19 de outubro de 2013

Capítulo 34: O Maior Império do Mundo

Já acompanhamos dois períodos da história romana, e começamos o terceiro.

Após a morte do primeiro imperador, Otávio Augusto, no ano 14, quem assumiu foi seu enteado Tibério. Historiadores antigos se preocuparam em descrevê-lo bem, graças a isso sabemos de pequenos fatos sobre Tibério, como ele ter heterocromia (olhos de diferentes cores) e ser míope.



Alguns soldados romanos, como as legiões que estavam no Reno, gostariam de ter seu chefe Germânico como imperador. Germânico era sobrinho de Tibério. Houve uma pequena rebelião, mas o próprio Germâncio as conteve.
Porém, no ano 19, Germânico morre misteriosamente e Tibério é o maior suspeito. Tibério viveu por muito tempo com medo de conspirações, e acabou morrendo em 37.
Tibério havia escolhido seus sucessores como Calígula e Gemelo. Mas Calígula matou seu primo Gemelo e se tornou o único herdeiro. Era filho do próprio Germânico, e acompanhava o pai em suas expedições militares quando era criança. Costumava vertir-se como soldado, e usava pequenas pequenas botas. Os soldados davam risadas disso e o apelidaram de Calígula, que significa "botinhas", já que seu nome verdadeiro é Caio Júlio César Augusto Germânico.



O governo de Calígula foi controverso. Ele ordenou a criação de muitas construções, como os aquedutos Aqua Claudia e Anio Novus, o Templo de Augusto e o Teatro de Pompeu. Por outro lado, Calígula era um louco cruel. Ele costumava aparecer ao público vestido como um deus, e ergueu três templos dedicados a si mesmo. Gostava de matar por diversão e mantinha relações incestuosas com as três irmãs. Certa vez ele elegeu seu cavalo, Incitatus, cônsul e sacerdote de Roma.



Muitos o queriam morto, inclusive o Senado. No ano 41, Calígula foi assassinado pela guarda pretoriana (soldados que protegem o imperador).

Depois dele, veio o imperador Claúdio. E em 68, assumiu o imperador Nero, o último da Dinastia Júlio-Claudiana. Nero é comparado a Calígula pelo seu método de governar e crueldade. Para consolidar seu poder ele mandou matar sua mãe e seu meio-irmão. O que Nero mais odiava era a nova religião que ascendia, o Cristianismo. Certa vez ele mandou incendiar Roma, só para culpar os cristãos. Foi responsável por inúmeras perseguições aos cristãos. Construiu o Palácio de Nero, só para si mesmo.



Nero conseguiu segurar muitas rebeliões, como a dos britânicos em 60, liderados pela lendária rainha celta Boadiceia. Porém acabou se suicidando com medo de ser morto pelos opositores.



Outras dinastias que vieram depois foram a Flaviana, a Antonina e a Severa, além de outros imperadores. Tudo isso é longo demais para eu colocar aqui, talvez numa postagem à parte. Só vou destacar os grandes feitos.

Em 70, o imperador Tito continuou as perseguições aos cristãos e judeus, e destruiu o Templo de Jerusalém. Ainda no governo de Tito houve o grande desastre do vulcão Vesúvio, que entrou em erupção em 79, nas cidades de Pompeia e Herculano.



Foi no governo de Trajano que Roma atingiu seu ápice, em questão de território, após dominarem definitivamente a Britânia, Mesopotâmia, Egito e praticamente toda a Europa.


As construções romanas eram incríveis. Como o território era extenso, era necessário levar água a todas as cidades. Para isso foram construídos aquedutos de pedra. A arte tornou-se muito importante, principalmente o teatro, e foram construídos vários anfiteatros.
As estradas eram pavimentadas com pedras perfeitamente cordas e polidas, que acumuladas somam milhares de quilômetros. Além das estradas, construíram muitas pontes.




No ano de 68, o imperador Vespasiano, o primeiro da Dinastia Flaviana, demoliu o Palácio de Nero e mandou construir uma imensa arena, o Coliseu de Roma. Ele tentava conter a população para evitar rebeliões. Era a chamada Política Pão e Circo.
As pessoas vinham de vários lugares das províncias romanas até o Coliseu, para recebem comida e assistirem execuções, espetáculos de entretenimento ou as tão adoradas batalhas de gladiadores. Esses gladiadores eram escravos coletados nas guerras de expansão romana, que eram obrigados a lutar entre si em um combate mortal, até que apenas um sobre de pé. Além de lutarem entre si, os gladiadores enfrentavam animais selvagens, como leões, tigres e ursos. Quem decidia a morte ou salvação de um gladiador não era a piedade do adversário, e sim a plateia.



Execuções comuns na época eram as dos cristãos, feitas nas próprias arenas.

A mineração de ferro atingia mais de 80 mil toneladas por ano. Com os metais eram feitas armas, ferramentas e moedas.

E assim era o maior império da Antiguidade, e talvez do mundo inteiro.


_ _ _ _ _ _ _ _ _ _

No próximo capítulo veremos como o cristianismo se expandiu tanto até atingir Roma inteira, e se tornar religião oficial.

Até a próxima postagem!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Capítulo 33: O Salvador chega à Terra

Essa é uma parte da História muito importante. No capítulo anterior vimos o surgimento do Império Romano, e é a hora de contar sobre o maior "inimigo" do império.

No ano 0 nasceu quem seja talvez o homem mais importante da Terra. Seu nascimento marca a transição de eras. Usamos a.C. e d.C. por conta dele. Sua história é muito importante, porém o que temos sobre ele está na Bíblia, um livro que é posto em dúvida por muitos. De forma mais específica, é contada nos Evangelhos Canônicos do Novo Testamente, de Mateus, Marcos, João e Lucas. É claro que estamos falando de Jesus, o homem que mudou o mundo.



Tudo começa na época do império de Otávio Augusto, quando Roma dominava a Palestina. No território da Judeia, quem reinava era Herodes.
Certo dia, Deus enviou o anjo Gabriel a casa de Maria, que era pobre, porém fiel. O anjo avisou que ela fora escolhida para gerar o Filho de Deus. O anjo explicou também a situação ao marido de Maria, o carpinteiro José. Os dois aceitaram sem pestanejar  Maria teria o filho do Espírito Santo, por isso permaneceu virgem.


"Annunciazione" ou "Anunciação", de Leonardo Da Vinci

Uma lei de Augusto obrigava todos os cidadães dos territórios do império e se registrarem. Então José e Maria, já grávida, tiveram de retornar a Belém, na Judeia. Maria teve o bebê, chamado de Jesus, no caminho, em uma manjedoura bem simples, cercada por animais, amigos e os Três Reis Magos, que ficaram sabendo do nascimento e vieram prestigiar.



Quando Herodes ficou sabendo do nascimento do "Filho de Deus", ele mandou matar todos os bebês da Judeia que tivessem menos de dois anos. Para fugirem, José e Maria levaram Jesus para o Egito.


"Jesus na casa de seus pais", de John Everett Millais

Depois que a poeira baixou, Jesus foi levado até Nazaré, onde passou a infância. Com 12 anos Jesus foi achado no Templo de Jerusalém discutindo com sacerdotes, e várias pessoas em volta admiradas com a inteligência do garoto.



Pouco se sabe sobre grande parte de sua vida, até quando foi batizado, com 30 anos. Jesus foi batizado no Rio Jordão, por João Batista. João ficou um pouco hesitante com o pedido, pois achava que ele é quem deveria ser batizado por Jesus. Mesmo assim o fez.



Após o batizado, Jesus foi para o deserto, onde jejuou por 40 dias e 40 noites, sendo constantemente tentado pelo Diabo, que lhe oferecia muitas coisas, porém Jesus recusava.


"A Tentação de Cristo", de Ary Scheffer

Após o jejum, Jesus começou suas pregações, que eram o objetivo pelo qual veio ao mundo. Ele falava sobre a salvação dos fiéis, do amor a Deus. Com o tempo, Jesus foi acumulando milhares de seguidores. Um fator que chamava atenção era sua capacidade de realizar milagres. Jesus andou sobre a água, acalmou uma tempestade, transformou água em vinho, multiplicou peixes e pães para alimentar seus ouvintes, ressuscitou um homem e também realizou diversos exorcismos e curas, tanto de doenças como de deficiências físicas.




Para lhe ajudar nas pregações Jesus escolheu doze discípulos. Eram eles: Pedro, André, Tiago, Bartolomeu, Tomé, Filipe, outro Tiago (filho de Zebedeu), João, Judas Tadeu, Judas Iscariotes, Simão Zelote e Mateus.



Jesus chegou a Jerusalém para a Páscoa, e entrou na cidade no lombo de um jumento. Foi muito bem recebido por multidões de pessoas que o clamavam.
Assim como Jesus ganhava seguidores, também ganhou perseguidores. O Império Romano não gostava da ideia de um "Filho de Deus", além do mais Jesus estava atraindo gente demais, que o seguiam fielmente. E se ele quisesse iniciar uma rebelião?
Jesus começou a falar aos apóstolos sobre sua morte. Quando Jesus tinha 33 anos ele comemorou a Páscoa com seus apóstolos, na chamada Última Ceia.


"A Última Ceia" de Leonardo Da Vinci

Enquanto isso Judas fez um trato para entregar Jesus, em troca de trinta moedas de prata. Naquela noite Jesus orava em um jardim, quando Judas chegou com vários homens armados. Judas beijou o rosto de seu mestre, num sinal combinado, e os homens prenderam Jesus.



Jesus foi levado a Caifás, o sumo-sacerdote local. Buscaram muitas acusações contra ele, até que Jesus foi acusado por blasfêmia, ao dizer-se Filho de Deus. Surgiu então outra acusação, que Jesus se alegava Rei dos Judeus. Então ele foi levado ao atual governante da Judeia, Pôncio Pilatos. Mas Jesus foi enviado a Herodes Antipas (filho do primeiro Herodes que citei), com o pretexto de ser julgado em sua terra natal. Antipas zombou de Jesus e o enviou de volta à Pilatos, vestindo roupas reais como forma de continuar zombando.



Jesus recebeu como punição várias chicotadas e uma coroa feita de espinhos. Porém a multidão queria sua morte, embora a execução não fosse permitida na semana da Páscoa. 


"Flagelação de Cristo", de William-Adolphe Bouguereau

Pilatos, para acalmar a população, propôs uma morte em troca de uma libertação. Ele expôs Jesus e o prisioneiro Barrabás a multidão. E eles escolheram Jesus para morrer. Pilatos lavou as mãos num ato de inocência, e entregou Jesus para morrer crucificado. Esse "julgamento" de troca, é chamado Ecce homo.



Jesus foi vestido como um rei novamente, recebeu outra coroa de espinhos e um cetro de bambu. Foi obrigado a carregar uma cruz de madeira muito pesada, enquanto era humilhado pela população que dizia em tom de zombaria "Salve o Rei dos Judeus!". O caminho percorrido hoje é chamado de Via Sacra. Durante o caminho Jesus foi ajudado em certo ponto por um homem chamado Simão Cireneu, que o ajudou a carregar a cruz.



Em Gólgota, hoje chamada Calvário, Jesus foi crucificado no meio de dois ladrões. O processo era doloroso e funcionava de forma que o condenado morresse lentamente. Suas mãos e pés foram pregados na cruz, que tinha as iniciais "INRI" que significa "Iesus Nazarenus Rex Iudeorum", latim para "Jesus Nazareno Rei dos Judeus". Jesus ainda falou algumas frases, como "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem" (Lucas 23:24) e "Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?" (Mateus 27:46).



O corpo de Jesus foi colocado em uma tumba e soldados colocaram uma grande rocha tampando a entrada, pois temiam que o corpo fosse levado pelos seus fiéis. Porém, três dias mais tarde o túmulo foi encontrado aberto por Maria Madalena, uma ex-prostituta salva por Jesus. Um anjo estava sobre a pedra. Jesus ainda foi a seus apóstolos, onde confortou a todos e logo depois subiu aos céus.



Jesus recebeu vários nomes. "Cristo" significa "ungido" é associado ao Messias, aquele que vai salvar a humanidade. "O Cordeiro de Deus" é uma referência ao fato de Jesus ter se sacrificado para salvar a humanidade de seus pecados.

Jesus havia morrido e ressuscitado, mas deixou uma imensa quantidade de fiéis. Porém Roma não se contentou e perseguiu esses fiéis. O surgimento de mártires aumentou ainda mais o número de seguidores, daquela que viria a se tornar a maior religião do mundo, o Cristianismo!

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _



Até a próxima postagem!

Capítulo 32: O início do Império Romano

Como vimos no capítulo passado, a república romana estava ruindo. O primeiro triunvirato foi prova disso. E tivemos o general e cônsul Júlio César, responsável pela grande expansão de Roma. Porém suas tendências a criar uma ditadura fizeram com que o senado ordenasse seu assassinato.

Após a morte de Júlio César, surgiu o Segundo Triunvirato. Mais três generais fizeram uma aliança formal. Eram eles: Marco AntônioOtávio (também chamado de Otaviano) e Lépido. Mas, assim como o primeiro, este triunvirato estava condenado por confrontos internos. Marco Antônio e Otávio eram inimigos, por questões militares e políticas. Lépido, que ficou de fora da briga, foi afastado do poder pelos dois outros generais.
Então Marco Antônio foi para o Egito, onde possuía como amante a famosa rainha egípcia Cleópatra.



Em 2 de setembro de 31 a.C. houve a Batalha de Áccio, perto da Grécia, entre as frotas navais de Marco Antônio e Cléopatra contra o general supremo e amigo de Otávio, Marco Vipsânio Agripa. As frotas de Agripa vencem a guerra e Otávio avança sobre o Egito, onde Marco Antônio de escondeu. Quando Otávio adentra as terras egípcias, Marco Antônio e Cleópatra se suicidam.



Em 16 de janeiro de 21 a.C. Otávio recebeu o título de augusto (majestade), e passou a se chamar Otávio Augusto. A partir dali Roma se tornou um império.



Historiadores contam mais de 60 milhões de pessoas vivendo em Roma agora, muito mais do que antes. Parecia que as revoluções iriam aumentar, mas o que aconteceu foi o contrário. Otávio conseguiu controlar as rebeliões e guerras civis. Surgiu o que foi chamada de Pax Romana (Paz Romana).

Otávio inaugurava a Dinastia Julio-Claudiana, que duraria por mais quatro imperadores. Agora que quem governava era um imperador, tudo estava concentrado nele. Porém seu principal general, Agripa, era quem melhor administrava o exército.
Essa foi a época em que o latim começou a se disseminar. A linguagem do império até então era o grego. Veja o mapa de como estava o Império Romano durante o governo de Otávio Augusto:



O Império Romano se expandiu por muito mais, continuando esta parte do legado da república. Porém, algo revolucionário estava para acontecer.


_ _ _ _ _ _ _ _ _ _

No próximo capítulo teremos o nascimento do homem que mudou a história: Jesus.

Até a próxima postagem!

domingo, 13 de outubro de 2013

Capítulo 31: A expansão de Júlio César

Sem dúvida quase sempre que falamos em Roma o nome "César" nos vem a cabeça. Isso por causa de seus grandes feitos.



Como citado no capítulo anterior, Júlio César chegou ao poder após derrotar seu parceiro de governo, Pompeu, que tentou tirá-lo do poder. Com isso ele teve poder para governar sobre o exército.

César muitas vezes é comparado a Alexandre, o Grande. Ele nunca perdeu uma batalha, e dominava tudo que queria. Uma característica que César possuía e que o diferenciava dos demais era seu nível de relacionamento com seu exército. Conta-se que César sabia o nome de cada um dos seus soldados, e isso criava uma relação de amizade entre eles, não uma relação de chefe e empregado.

César dominou territórios na Hispânia (atual Espanha) e na Lusitânia (atual Portugual). Chegou ao Egito, onde foi amante da famosa rainha egípcia Cleópatra, a quem fez rainha do Egito. César conseguiu chegar até a chamada Britânia (atual Reino Unido), onde foi responsável pelo quase extermínio dos druídas e da cultura britânica.

Porém foi nas Guerras da Gália que César se engrandeceu. Por volta de 58 a.C. César partiu para o Norte em busca de novas terras. Ele pretendia exterminar os bárbaros, como eram chamados os povos de fora de Roma e que não falavam latim.
A Gália estava dividida em três povos: os gauleses, os belgas e os aquitanos. Entre esses povos havia muitas divisões em tribos, o que causava desunião entre eles, e consequentemente uma fraca organização de defesa.
César se aproveitou disso e moveu a chamada legião, um exército organizado e bem dividido. Com quatro legiões, totalizando 24 mil soldados, ele conseguiu dominar os territórios em seis anos. Porém havia um sujeito que não queria ser derrotado de jeito nenhum. Era o chefe gaulês Vercingetórix. Ele havia reunido um bom exército, que conseguia fazer baixas significativas nos romanos.



No ano de 52 a.C. ocorre a Batalha de Alésia. Vercingetórix consegue a proeza de unir as tribos gaulesas, juntando um exército de quase 350 mil homens. César estava com 12 legiões, totalizando pouco mais de 60 mil soldados. Após uma leve batalha, os gauleses se refugiam na cidade murada de Alésia, na tentativa de se manterem seguros até a chegada de reforços, a outra parte do exército com 270 mil soldados. E os romanos fecharam o cerco a cidade.
Quando César ficou sabendo dos reforços que estavam chegando, ele mandou construir muralhas. Então Alésia, que era murada, recebeu mais um muro. Dentro do primeiro muro, os gauleses, e entre os muros os romanos. Fora dos muros os reforços.
Os romanos montaram acampamento e começaram as construções, em tempo recorde. Os gauleses tentaram várias vezes cortar os suprimentos dos romanos, já que o exército estava menor, com soldados trabalhando como coletores e construtores.



Os reforços, mal organizados (já que pertenciam a várias tribos diferentes) se dispersaram no caminho até Alésia e chegaram famintos e fragmentados. Foram facilmente derrotados pelos romanos.
Quem estava faminto também era o povo dentro de Alésia, já que não podiam sair para coletar alimentos. O exército estava fraco e reduzido. Então Vercingetórix percebeu que o melhor era se render. Ele foi até César, jogou as armas no chão e se curvou. César foi esperto e não matou o líder, pois sabia que sua morte o tornaria um mártir e serviria de incentivo a união das tribos novamente. A derrota de Vercingetórix marcou o fim das Guerras Gálias.



Muita coisa que se sabe sobre ele e Roma veio do seu livro "De Bello Gallico", onde o próprio César descreve as batalhas na Gália. O historiador antigo Plutarco também escreveu sobre César, e contou que ele dominou mais de 800 cidades e fez mais de um milhão de escravos.

Em 44 a.C. César voltou para Roma após muitas conquistas e se declarou ditador perpétuo. Isso enfureceu os senadores, que ordenaram seu assassinato. Entre os assassinos estava seu filho, Brutus. Antes de morrer César disse a famosa frase "Até tu, Brutus, meu filho!".

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _



O que César fez foi um dos passos principais para o início do Império Romano, como veremos nos próximos capítulos.

Até a próxima postagem!

sábado, 12 de outubro de 2013

Capítulo 30: A Crise da República Romana

Como eu havia falado no capítulo passado, uma crise estava surgindo em Roma.

A população estava crescendo muito e as guerras trouxeram um número incontável de escravos. Roma tinha muito território, então precisava ocupá-lo. A república foi dividida em províncias.

 Além de tudo a divisão social estava abalada. Os plebeus (trabalhadores artesãos e comerciantes) começaram a exigir seus direitos, ameaçando uma revolta.

Para acalmar os plebeus foram criadas algumas leis, como a Lei Canuleia, que permitia um plebeu se casar com um patrício, podendo ascender socialmente. Foi criado também o Tribuno da Plebe, onde os plebeus podiam expor suas ideias e debater com o Senado. Outros direitos que conseguiram foram: o fim da escravidão por dívidas, o voto para cargos políticos e o direito de serem sacerdotes.

Mais tarde, em 134 a.C., Tibério Graco assumiu a posse do Tribuno da Plebe. Ele impôs o plano da reforma agrária, que consistia em distribuir igualmente as terras, para que os plebeus se tornem agricultores, e todos ficassem empregados. Porém essa era uma ideia ruim para os patrícios, já que teriam suas terras divididas. Então a nobreza romana deu um jeito para que Tibério e seus seguidores fossem assassinados.
Nove anos mais tarde Caio Graco, conseguiu o mesmo cargo do seu irmão, Tibério, porém mostrou-se mais radical. 



Ele cancelou todas as dívidas que os moradores romanos tinham nas províncias. Instaurou também a Lei Frumentária, que obrigava o governo a vender grãos aos plebeus por um preço abaixo do valor de mercado. Como resultado de suas ações, também foi morto pela nobreza.



Um novo grupo estava ganhando poder também: os militares. O general Caio Mário ocupou um cargo no Senado e conseguiu fazer com que o alistamento militar aceitasse qualquer pessoa. Antes era necessário ter terras para ser soldado. Muitos se alistaram e o exército ficou maior ainda. Com grande popularidade, Caio Mário foi eleito cônsul, governando Roma, por seis vezes.

Em certo confronto militar, o aliado de Caio Mário, Sula, foi escolhida para comandar o exército romano. Porém Caio Mário não gostou, subornou o Tribuno da Plebe e conseguiu tirar o poder de Sula. Porém, este último se rebelou e levou o exército contra Roma, tomando a cidade. Estabeleceu-se então uma ditadura, que durou até 79 a.C.

Após a morte de Sula, três grandes generais se uniram para governar Roma. Foi o Primeiro Triunvirato. Esses generais eram Pompeu, Marco Crasso e Júlio César. Os três já eram conhecidos do povo. Pompeu era um general bem sucedido, Crasso era talvez o homem mais rico de Roma e Júlio César já fora cônsul. Porém era uma união muito estável, já que eles estavam ali apenas por interesse próprio.


Júlio César, como governante, conseguia mover o exército que quisesse e partiu para a Gália. E Crasso partiu para a Pérsia, onde morre em uma batalha. E Pompeu se começou a realizar seus planos, para que só ele ficasse no poder. Houve uma tentativa de melhorar a união, onde a sobrinha de César foi prometida em casamento a Pompeu, mas este recusou e se casou com a filha de um inimigo de César. Logo depois, Pompeu começou a achar que César estava ficando engrandecido demais, ao usar demais o exército. Por isso pediu a César que entregasse suas legiões e teria de ser julgado pelo Senado.

Mas César se recusou a se submeter e iniciou uma guerra civil. Com suas legiões contando com aproximadamente 15 mil soldados, César derrotou Pompeu e seus 45 mil homens, na Batalha de Dirráquio. Após a vitória César assumiu de vez o poder em Roma.

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _


No próximo capítulo veremos as grandes conquistas de César, e o porque do nome dele ser associado as grandezas romanas!

Até a próxima postagem!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...