quarta-feira, 31 de julho de 2013

A diferença entre asteroide, meteoro, meteorito e cometa

Muitas pessoas se confundem e acabam misturando os nomes quando nos referimos a objetos espaciais. Mas há sim uma diferença.

Veja agora o que é cada um:

Asteroide
É um pedaço que restou de algum planeta rochoso, que se desprendeu ou vou jogado no espaço com algum impacto.


Meteoro
É o nome dado quando um pedaço de rocha espacial atravessa a atmosfera da Terra. Ele começa a pegar fogo, graças ao forte atrito com o ar, e se desfaz em poeira, que nem é percebida por nós. Caem no céu nas chamadas "estrelas cadentes", que são na verdade uma chuva de meteoros.


Cometa
Um cometa é basicamente uma bola de gelo e gases em alta velocidade pelo espaço.


Meteoroide
Um meteoroide é um pedaço de rocha menor que um asteroide.


Meteorito
Meteorito é o nome dado pelos cientistas quando um meteoroide entra na atmosfera terrestre e, diferente de um meteoro, consegue atinge o solo do planeta.


Existem 3 tipos de meteoritos: 

Aerolitos
São meteoritos feitos de material rochoso.


Siderito
São meteoritos feitos de material ferroso.


Siderólitos
São meteoritos feitos de material rochoso misturado com material ferroso.



Viram? Não "é tudo a mesma coisa"!

Até a próxima postagem!

domingo, 28 de julho de 2013

Capítulo 8: A Era do Gelo

Chegamos a um ponto crucial da história do mundo: a Era do Gelo. Estamos há aproximadamente 60 milhões de anos atrás.

Existem muitas divisões dos tempos na Terra. A Era do Gelo está na época Pleistoceno, da era Cenozoica, do éon Fanerozoico.

Estima-se através de pesquisas que houve pelo menos 6 glaciações na Terra. Todo esse gelo, quando derretia num período entre glaciações, formou os lagos que temos hoje em dia. Porém esta glaciação de 60 milhões de anos é a mais significativa.

Seguindo a teoria mais aceita, um imenso asteroide atingiu a Terra. O impacto elevou uma imensa quantidade de pó, que ficou aglomerada na atmosfera. Muitos vulcões começaram a entrar em erupção, criando nuvens enormes de cinzas. Tudo isso começou a bloquear a luz do Sol, deixando a Terra cada vez mais fria.



Há também teorias que dizem que o resfriamento da Terra pode ter acontecido graças a um desvio na órbita do planeta, ficando mais afastado do Sol.

Enfim, vamos ao que aconteceu.

A temperatura da Terra chegava a mais de 40 graus negativos. O planeta está coberto de neve. Os dias são escuros, já que o Sol não consegue passar pela atmosfera.

Sem poder realizar fotossíntese, as plantas iam morrendo, levando consigo os animais herbívoros. E com a morte dos herbívoros, os carnívoros também morriam. Esse processo envolveu os dinossauros, terminando com a sua extinção.
Só quem sobreviveu foram alguns répteis, anfíbios e principalmente os mamíferos. Sobreviveram porque se alimentavam de insetos, carniça e plantas submarinas que haviam sobrevivido.
Muitos animais que surgiram nessa época continuaram vivendo por muito tempo.



Os mamíferos eram perfeitos para sobreviver ao frio. Afinal eles tinham sangue quente e muitos pelos no corpo. Entre eles tínhamos o famoso Smilodon, conhecido como "Tigre Dentes-de-Sabre". Ele era um felino imenso, com duas presas tão grandes e salientes que saíam da boca dele.



Outro animal muito conhecido da época é o Mamute. Ele era imenso, cheio de pelos e com duas presas bem compridas que serviam para remover as camas de neve do solo em busca de grama para comer. Eles evoluíram com o tempo, seus pelos caíram (pois o frio havia passado) e ele perdeu proteção contra insetos, por isso suas orelhas cresceram. Sem a neve, as presas não eram tão úteis, então encolheram. Se tornaram os elefantas de hoje em dia. Os mamutes foram extintos pela excessiva caça dos humanos.



Havia também o rinoceronte lanudo, ancestral dos rinocerontes atuais, mas com muitos pelos no corpo e chifres maiores. Também havia o megatério, um tipo de preguiça-gigante, que tinha o tamanho de uma árvore, garras grandes e afiadas, mas era desdentado.




Tinha o gliptodonte, ancestral dos tatus, que parecia um grande jabuti, com uma carapaça rígida feita de pequenos "ladrilhos". Ele era enorme, com quase 1,60 m de altura.



Havia muitos outros, entre os mais conhecidos estão o moeritherium e o macrauchenia.




Uma coisa que ajuda muito a estudar os seres desta época, é o fato de que era tudo gelo! Normalmente alguns animais morriam ao cair em lagos ou rios, e acabavam congelados. Há registros hoje em dia de fósseis quase completos encontrados congelados, que, um dia quem sabe, possam servir para a clonagem, para termos estes seres de volta. Segundo relatos fósseis, os primeiros seres humanos já estavam bem evoluídos nesse tempo. Mas veremos melhor sobre eles nos próximos capítulos.

Até a próxima postagem!

sábado, 20 de julho de 2013

Capítulo 7: A Grande Extinção K-Pg

Como vimos no capítulo anterior, a Terra está dominada pelos grandes e poderosos dinossauros. São eles que fazem a terra tremer e aparentemente são indestrutíveis. Até agora...

Não se sabe o que aconteceu, mas sabe-se que há 65 milhões de anos algo muito grande aconteceu na Terra, causando a extinção de muitas espécies.
Esse evento marcaria a transição do período Cretáceo (K) para o primeiro período do Paleogeno (Pg), daí o nome Extinção K-Pg. Mas também já houve outro nome, Extinção K-T.

O impacto na vida da Terra foi significativo para o que temos hoje em dia. Primeiro, os dinossauros foram extintos. E muitas plantas também sumiram.
Sem os dinossauros, um novo tipo de vertebrado ganhou espaço: os mamíferos. E é bom lembrar que os dinossauros estavam em evolução também. A adaptação os fazia começar a nascer com penas. Isso mesmo, eles estavam virando aves.



Entre os sobreviventes estão algumas espécies resistentes de bactérias e fungos, alguns invertebrados, pequenos insetos, alguns anfíbios, e alguns répteis (como crocodilos e tartarugas).

Muitas teorias já surgiram para explicar o que causou a extinção em massa. A teoria mais aceita foi formulada em 1980 pelo físico estadunidense Luis Alvarez e por seu filho, o geólogo Walter Alvarez. Os dois avaliaram muito bem diversos fatores. Eles ficaram intrigados com a cratera de Chicxulub, em Yucatán no México. Ela era imensa, o que indicava um asteroide bem grande, e não havia nenhum registro, sequer dos povos antigos, sobre o avistamento deste asteroide.


E esta cratera contém alta concentração de irídio, um elemento que não é comum na Terra, mas que está presente em diversos meteoros e asteróides.

Então, esta teoria diz que um grande asteroide atingiu a Terra há 65 milhões de anos. 


Representação artística do impacto

Mas não parou por aí. Esse asteroide causou muitos efeitos secundários. Seu impacto agitou as placas tectônicas, criando terremotos e fazendo vulcões entrarem em erupção. As florestas foram afetadas por grandes incêndios que liberavam muito gás carbônico.
A força do impacto também jogou toneladas de poeira na atmosfera. Essa poeira formou uma camada que bloqueava a luz do Sol.
Sem o Sol, as plantas não podiam fazer fotossíntese e morriam. Sem as plantas, os dinossauros herbívoros morriam. E sem os dinossauros herbívoros, os carnívoros que se alimentavam deles, também morriam. Isso abalava a cadeia alimentar. Ou melhor, acabava com ela.



O que mais sobrou na Terra foram carcaças de dinossauros mortos. E isso garantia alimento de espécies carniceiras, como os pterossauros. E foram justamente os pterossauros os primeiros a evoluírem para pássaros. Mas a primeira espécie de ave conhecida é a Archaeopteryx lithographica.
Os mamíferos e primeiras aves se alimentavam de insetos e sementes, e isso garantia a sobrevivência até que os tempos melhorassem.

Existem muitas outras teorias para explicar a extinção: sem grandes pedradores constantes, surgiu uma superpopulação de dinossauros, causando a falta de alimento (dinossauros comiam muito!); mudanças climáticas; algum supervulcão entrou em erupção, liberando cinzas na atmosfera e causando efeitos similares ao do meteoro; e muitos outros.


Independente da forma, é certo que o clima mudou. Talvez sem a ação do Sol pela poeira do meteoro ou o vulcanismo. Mas o que importa é que a Terra começou a esfriar. Estava surgindo a Era do Gelo.


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Capítulos anteriores:

Até a próxima postagem!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Capítulo 6: O Mundo dos Dinossauros

Chegou a hora de falar dos maiores gigantes que já pisaram sobre a Terra... os dinossauros!

Como eu citei no capítulo passado, temos duas linhas a seguir. Uma delas é a dos Therapsídeos. Mas vou falar dela somente mais tarde.
A que nos importa agora é a linha dos Sauropsídeos

Cerca de 230 milhões de anos atrás surgiram os primeiros dinossauros, segundo evidências de fósseis. Eles evoluíram a partir de répteis menores.

O primeiro a estudar sobre os dinossauros foi o paleontólogo e biólogo britânico Sir Richard Owen. Ele estudou um fóssil muito estranho encontrado no Reino Unido, que não pertencia a nenhum animal conhecido. Então ele nomeou a espécie como "dinossauro", que significa "lagarto terrível", e mais tarde definiu como sendo um grupo de espécies extintas há milhões de anos.



Os dinossauros se desenvolveram de várias formas, gerando várias espécies diferentes, algumas grandes, algumas pequenas e outras incrivelmente gigantes. Alguns tinham pescoços cumpridos, outros garras gigantes e outros tinham chifres. Alguns eram herbívoros e outros carnívoros.

Há cerca de 251 milhões de anos atrás ocorreu a Extinção do Permiano-Triássico. Foi a maior extinção em massa que a Terra já sofreu, eliminando quase 100% dos animais. Não se sabe ao certo o que aconteceu, mas a teoria mais aceita, chamada de Hipótese da Arma de Clatratos, diz que um imenso vulcão entrou em erupção, causando um aumento na temperatura da Terra. A partir daí o metano, anteriormente congelado em alguns pontos da Terra, evaporou. Este evento marcou a saída do período Permiano para a entrada do período Triássico.

Os dinossauros sobreviveram por três grandes períodos geológicos após o Permiano.
O primeiro período geológico é chamado de Triássico. Neste período a Terra sofreu diversas mudanças na fauna e na flora. 

Após o período Triássico, veio e período Jurássico. O período Jurássico durou aproximadamente de 199 milhões a 145 milhões de anos atrás. Nesse período houve um aumento do nível do mar, que dividiu o grande e único continente Pangeia em dois: a Laurásia e a Gondwana. Com o oceano atravessando o meio dos continentes, o clima se tornou mais agradável, permitindo o surgimento de uma flora maior.

Agora sim os dinossauros dominaram totalmente a Terra, e alguns outros começaram a surgir para dominar outros territórios. Apesar do que comumente vemos por aí, seres que voam e nadam NÃO podem ser chamados de dinossauros. Dinossauros são apenas terrestres. No período Jurássico surgiram os primeiros Pterossauros e Plesiossauros.
Os pterossauros eram seres voadores. Eles possuíam asas longas, um tipo de bico (alguns tinham dentes) e acredita-se que fossem carnívoros, até carniceiros. Eles também possuíam ossos ocos, como as aves atuais.


Já os plesiossauros eram os seres aquáticos parecidos com dinossauros. Eles possuíam uma estrutura óssea bem complexa, tinham nadadeiras grandes e pescoços compridos. 



Um dinossauro característico do Jurássico foi o Brontossauro ou Apatossauro, um gigante herbívoro de 10 metros de altura e mais de 30 toneladas.



Outro dinossauro herbívoro característico desse tempo foi o Estegossauro, característico por possui placas ósseas nas costas e quatro espetos afiados na ponta da cauda.



Com o fim do período Jurássico, veio o período Cretáceo. Este período durou de 145 milhões a 65 milhões de anos atrás, aproximadamente. Neste período os dinossauros se tornaram supremos, em relação a sua evolução. A maioria dos fósseis que temos hoje em dia é datado deste período.
Alguns dos dinossauros mais famosos hoje em dia derivam deste período, como: o Tiranossauro (Tyrannosaurus rex), o Velociraptor (Velociraptor mongoliensis) e o Tricerátopo (Triceratops horridus).

O Tiranossauro Rex ficou mundialmente famoso com os filmes "Jurassic Park". Ele passou a ser visto como um feroz predador, sempre inimigo nos filmes ou jogos de dinossauros. Ele era assim, claro, mas haviam outros piores. Ele vivia em grupos, compostos somente por membros de sua família.



O Velociraptor era o mais traiçoeiro. Eles eram relativamente pequenos, com meio metro de altura e menos de 20 quilos. Porém era um dos dinossauros mais espertos, pois possuía um cérebro muito desenvolvido. Os velociraptors viviam em bandos e atacavam dinossauros maiores. Sua mandíbula era destruidora e suas garras eram capazes de rasgar a grossa couraça de outros dinossauros.



E os Tricerátopos era herbívoro, com aproximadamente 3 metros de altura e pesando 6 toneladas. Ficaram conhecidos pela forma única de seu gênero, com três chifres (dois na testa e um na ponta do nariz).


Não se sabe ao certo qual o maior dinossauro que existiu. Mas é interessante notar que todos os cogitados são herbívoros. São eles o Sauroposeidon, o Argentinossauro e o Amphicoelias. Este último é apenas uma cogitação quase descartada, pois suas evidências desapareceram, mas se um dia foram reais, está comprovado como o maior de todos. 
O Sauroposeidon possuía um imenso pescoço que servia para alcançar as árvores mais altas (um animal deste tamanho precisava comer muito, muito mesmo!). Ele tinha por volta de 27 metros de altura e pesava 65 toneladas. Viveu na América do Sul e partes do Japão.
E o Argentinossauro tinha por volta de 21 metros de altura, mas pesava mais de 100 toneladas.


Argentinossauro

Já os maiores carnívoros bípedes já encontrados foram, além do Tiranossauro, o Espinossauro (6 metros de altura e 10 toneladas) e o pior deles, o Giganotossauro (com quase 5 metros de altura e mais de 10 toneladas). O Giganotossauro em um pequeno bando poderia até matar um dinossauro gigante, como o argentinossauro.


Giganotossauro
Espinossauro

É importante lembrar que, nesta época, muitos mamíferos também caminhavam pela Terra.

Porém o fim deste período algo terrivelmente trágico aconteceu. Mas isso fica pro próximo capítulo!


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São dinossauros demais pra listar em uma postagem, então talvez depois eu monte uma lista para vocês!

Capítulos anteriores:



Até a próxima postagem!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Capítulo 5: Vivendo em terra seca

Hora de continuar nossa história, agora vivendo em terra...

Após os Acanthostega se desenvolverem, eles saíram da água e passaram a andar em terra com suas nadadeiras, que evoluíram para patas. Essa leve evolução os levou a uma nova espécie, chamada Ichthyostega.


Porém essas patas que apareceram eram apenas uma ajuda para a necessidade destes animais de respirar oxigênio fora da água, já que suas brânquias perdiam eficiência.

A partir desses anfíbios, evoluíram e surgiram os primeiros répteis. O primeiro réptil a ser descoberto foi chamado de Hylonomus. Isso há aproximadamente 300 milhões de anos atrás. Analisando fósseis, descobriu-se que esses animais possuíam poucos dentes, então conclui-se que se alimentavam de insetos.


Nesse período tudo o que a Terra tinha em suas partes secas era vegetação. A Terra era cheia de vegetação de todos os tipos, a atmosfera estava rica em oxigênio (graças a ação das bactérias) então estava propícia a vida. Várias espécies de insetos já viviam livres pelo mundo, alguns pequenos, mas alguns eram monstruosos.
Para se ter ideia, o maior inseto voador da Terra era chamado Meganeura, que é parecido com uma libélula. Ele tinha uma envergadura (medida de ponta a ponta das asas) de 75 cm. É realmente grande.


Um artrópode terrestre muito comum é o trilobita. Eles eram seres cobertos por cascas, um exoesqueleto muito resistente (tanto que permitiu a fossilização). E por baixo desta casca possuíam várias patinhas que serviam para locomoção e para capturar comida.


É muita coisa para eu colocar aqui, sem falar que sairia da linha de raciocínio central. Então vamos nos concentrar somente nos répteis, que é o que nos interessa mais.

Por volta de 260 milhões de anos atrás começaram a surgir várias espécies de répteis, que se dividiam em vários gêneros. Mas a ordem Therapsida (os terapsídeos) é mais importante, pois sua evolução gerou os Cinodontes.
Os cinodontes são os antecessores dos mamíferos.


Dando um salto para a segunda parte importante, vamos esquecer os cinodontes por enquanto.

Há aproximadamente 230 milhões de anos atrás, talvez os seres mais marcantes da Terra surgiram: os dinossauros.

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Capítulos anteriores:



Até a próxima postagem!


domingo, 14 de julho de 2013

Capítulo 4: A Vida começa na Água

Antes de ler esta postagem, sugiro que você leia esta aqui: Discussões sobre a Origem da Vida, que explica melhor algumas coisas.

Após nosso maravilhoso planeta adquirir consistência, como vimos no capítulo anterior, algo muito especial começou a acontecer com ele.

A Terra está relativamente agradável. Temos a camada de ozônio evitando o bombardeamento do Sol, nosso próprio campo magnético, terra firme, água limpa e abundante... E é bom lembrar que temos apenas um imenso pedaço de terra seca, ou seja, todos os mares estão interligados e desde então ainda formam a maior parte da superfície da Terra.

E foi na água que tudo começou. Independente da teoria, todas dizem o mesmo: a vida surgiu com organismos simples na água.

Alguns cientistas tentaram simular como a Terra era no passado em busca de respostas. E foi assim que acharam muitas informações importantes. Três cientistas colaboraram muito para as descobertas. Foram eles: Oparin, Haldane e Miller.

O bioquímico russo Aleksadr Oparin e o biólogo inglês J.B.S. Haldane trabalharam . Eles levaram em consideração as condições da Terra na época. A atmosfera era composta por muitos gases, como hidrogênio, metano, amônia e vapor de água. E muitas tempestades elétricas também aconteciam, junto com os intensos raios ultravioleta do Sol. 


Oparin e Haldane consideraram que as descargas elétricas e os raios ultravioletas criaram reações químicas com os gases, criando moléculas essenciais a vida, como aminoácidos.

Em 1953, o estadunidense Stanley Miller, na época um estudante supervisionado por seu professor, realizou a experiência que confirmou as hipóteses de Oparin e Haldane. Com seu sistema que simulava a Terra ele conseguiu obter aminoácidos. Para entender a experiência, clique aqui.



Admitindo que com as reações criavam muitos aminoácidos na Terra, partimos para o próximo passo. Esses aminoácidos começaram a se unir, formando proteínas. Tudo isso na água. E essas proteínas também teriam se unido, formando os chamados coacervados. Um coacervado é um aglomerado de proteínas, e já é considerado uma forma de vida. Melhor dizendo, a primeira forma de vida.


Coacervados observados com um microscópio

Com o tempo esses coacervados desenvolveram uma camada externa que as protegia e ainda controlava a entrada e saída de substâncias. Era uma membrana
Com o passar do tempo, esses corpos começaram a se juntar, formando células. Cientistas estimam que isso aconteceu por volta de 3,6 bilhões de anos atrás.
Há 3,3 bilhões de anos atrás, essas células, somente unicelulares (com uma única célula), eram autótrofas, ou seja, não precisavam ir atrás de alimento, já que "produziam" o próprio alimento, talvez através da fotossíntese


Exemplo de organismo unicelular

Esse processo de fotossíntese começou a limpar a Terra. Imagine trilhões de bactérias absorvendo os gases nocivos da atmosfera e liberando oxigênio ao mesmo tempo.
Para se ter uma ideia, esses seres eram como bactérias. Mas esses seres unicelulares começaram a evoluir lentamente, e as condições a sua volta não ofereciam mais tanta liberdade para andarem sozinhas por aí. As células sentiam necessidade de se aglomerar. E assim surgiram os seres pluricelulares (compostos por mais de uma célula).
Esses corpos ainda viviam em grandes colônias na água. Porém a atmosfera lá fora estava ficando boa.
Há aproximadamente 600 milhões de anos atrás, as células começaram a formar corpos muito mais complexos. Extremamente complexos. Eram os seres vivos como podemos imaginar hoje em dia, como poríferos (esponjas do mar) e cnidários (águas-vivas), por exemplo. Os platelmintos, dizem os cientistas, foram os primeiros animais a possuir um cérebro definido, por volta de 550 milhões de anos atrás.


Platelmintos
Cnidários

E o tempo foi passando. Surgiram os artrópodes (como caranguejos e siris), os primeiros peixes e seres quase-anfíbios.
Por volta de 365 milhões de anos atrás surgiram novas espécies de peixes, que possuíam nadadeiras um pouco diferentes.
Próximo a 315 milhões de anos atrás, surgiu uma nova espécie, chamada Acanthostega, que era um tipo de anfíbio, com patas, pulmões e brânquias. Além de um rabo achatado próprio para natação. Ele é conhecido como o "elo" entre as espécies aquáticas e as primeiras terrestres.



Era uma nova forma de vida... surgem os animais terrestres!


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Capítulos anteriores:





Até a próxima postagem!

sábado, 13 de julho de 2013

O Experimento de Miller

Em duas postagens que fiz, eu citei o experimento de Stanley Miller, e agora vou falar melhor sobre ele.

Primeiro a parte histórica. 
Era uma época em que muitos cientistas buscavam explicar muitos mistérios. E um dos maiores mistérios da humanidade era a origem da vida.
Nos Estados Unidos, entre 1952 e 1953, duas pessoas estavam para dar um grande passo. Na Universidade de Chicago, o estudante Stanley Miller, que estava com 23 anos, supervisionado pelo seu professor, o famoso cientista Harold Urey, criou um sistema genial, baseado nas teorias dos cientistas Oparin e Haldane, sobre a constituição da Terra na datação a qual especula-se que a vida tenha surgido.
Observe o esquema:


A experiência funcionava assim:
Em uma cúpula ficavam concentradas as substâncias que se consideravam haver na atmosfera. Essas substâncias eram amônia , metano, hidrogênio e vapor de água. Para obter o vapor, outra cúpula com água era aquecida, liberando o vapor para a primeira cúpula. Após sair da primeira cúpula o vapor atinge um condensador e sai do sistema. Enquanto isso mais água entra.
Como na atmosfera da Terra também era comum a incidência de muitos raios, Miller precisava dar um jeito nisso também. Ele adicionou dois eletrodos na primeira cúpula. Após aplicar diferença de potencial entre eles, vários "raios" aconteciam ali dentro. Eram na verdade descargas elétricas de um eletrodo ao outro.
Após uma semana com esse processo contínuo, Miller verificou os resultados. Ele encontrou vários aminoácidos, que são substâncias que poderiam gerar formas primitivas de vida, e que futuramente desencadearia uma evolução.


Foi um sucesso e trouxe muitas conclusões para todos. Porém houveram muitas investigações, e alguma delas diziam que o experimento não era conclusivo. É de conhecimento dos cientistas que para uma forma simples de vida é necessário pelo menos 20 tipos de aminoácidos, porém o experimento obteve apenas 13. Desde então várias outras análises foram feitas, e a discussão continua.


Ainda não se tem certeza se a hipótese de todos esses cientistas é verdadeira, mesmo se o experimento tivesse obtido sucesso completo e irrefutável. Ainda há muitos mistérios.

Até a próxima postagem!

Discussões sobre a Origem da Vida

Uma questão imensamente discutida é "Qual a origem da Vida?". Como eu já disse aqui uma vez, mesmo eu tendo minha religião, vou abordar questões científicas neste blog. Por favor entendam.

Os primeiros a pensar sobre a origem da vida foram os gregos, há mais de dois mil anos atrás. Na época acreditava-se na Abiogênese, também chamada de Teoria da Geração Espontânea. Essa teoria dizia que a vida poderia surgir de qualquer forma de matéria, como por exemplo, de uma pedra. Quem mais estudou esta teoria foi o grego Aristóteles



Hoje sabemos que é uma coisa impensável, mas naquela época era o que eles tinham. E graças as observações dos pensadores. Convenhamos que era observações simples, pouco assíduas e desconexas, mas lembre-se que os antigos descobriram muitas coisas assim.
Voltando, o que os pensadores observavam era como as coisas surgiam a partir de outras. Por exemplo, como moscas e larvas surgiam de um cadáver de animal. É óbvio que elas vieram de outro lugar, mas não pensavam assim na época.

Por volta do século XVII, o médico belga Jan Baptista Van Helmont, defensor da Abiogênese, publicou um livro de receitas meio estranho. Nele, Van Helmont colocou uma receita de como "produzir ratos". A receita dizia que se você colocasse uma camisa suja com grãos de trigo em algum lugar, logo teria ratos. É obvio para nós que os ratos apareceriam ali atraídos pelo cheiro da roupa.



Entre os maiores cientistas que apoiaram muito a ideia da Abiogênese estava o inglês John Needham, que também fez muitos experimentos. Needham enfrentou muito outro cientista, o italiano Lazzaro Spallanzani. Spallanzani acreditava na Biogênese (oposta de Abiogênese).


Em 1668, o biólogo italiano Francesco Redi deu o primeiro passo para detonar a Abiogênese. Ele realizou um experimento simples, porém genial. Primeiro Redi pegou oito frascos de vidro e colocou carne iniciando o estado de decomposição dentro. Em quatro deles, Redi tapou totalmente. Em dois ele colocou gaze na boca, e os outros dois ele deixou aberto.
Após um tempo, a experiência estava concluída. Os frascos abertos estavam cheios de larvas, já os fechados não tinham nada. E os outros dois, as larvas estavam na gaze. Assim ele concluiu que as larvas eram colocadas por corpos externos, as moscas.




O responsável por acabar com a Abiogênese foi cientista francês Louis Pasteur.



Por volta de 1860, Pasteur realizou um experimento muito importante. O que ele fez foi pegar um frasco, coloca um "suco nutritivo" dentro e derreter o bico para que ele dobrasse em forma de "Z". Logo após isso ele ferveu o suco nutritivo, matando os micro-organismos e levando-os para fora ao condensar e escorregar pelo bico. Por um tempo, nenhum micro-organismo surgia, até o bico ser quebrado. Isso indicava que os micro-organismos poderiam voar pelo ar e chegar até um corpo, mesmo que esteja um pouco isolado, e se multiplicar.



Com a Abiogênese derrubada, muitos cientistas começaram a se empenhar em descobrir como a vida surgiu. Foi então que muitos cientistas, como o russo Aleksandr Oparin fizeram avanços, estudando principalmente como era a Terra no princípio.



Em 1952, o estadunidense Stanley Miller fez um experimento revolucionário. 



Ele criou um sistema fechado, para simular a atmosfera terrestre nos princípios. Era um sistema com hidrogênio, água, amônia e metano, que passou a receber descargas elétricas constantes para simular os raios, como acontecia no passado. A partir daí surgiram vários aminoácidos, moléculas simples e orgânicas, precursoras das células. O experimento foi chamado popularmente de "Sopa Orgânica".


Stanley Miller com seu experimento
Mas, chegando aos dias de hoje, muitos estudos são feitos para entender como a vida surgiu nos primeiros anos da Terra.
Uma teoria muito aceita é chamada de Panspermia. Ela foi desenvolvida principalmente pelo médico e físico alemão Hermann von Helmholtz e diz que as primeiras formas de vida que surgiram na Terra chegaram aqui em meteoritos, lá no começo da formação do planeta. Provavelmente seres unicelulares, congelados nos meteoros de gelo que futuramente derreteram a formaram a água da Terra. Essa teoria sustentaria o fato de que há vida em outros planetas.
Como esse é um tema complexo, vou falar melhor sobre ele em uma postagem futura.




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Qualquer teoria diz basicamente que tudo começou com um ser muito simples e que foi evoluindo até as formas de vida que temos até hoje. Logo mais veremos em outras postagens como tudo se liga.


Até a próxima postagem!
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