O processo de mumificação é quase como a característica principal quando se fala em Egito. É considerado um grande avanço o que os egípcios faziam, já que conseguiram preservar corpos até os dias atuais.
Era trabalhoso realizar uma mumificação. Primeiro removia-se o cérebro, enfiando um tipo de gancho fino pelo nariz do defunto. Depois é feita uma incisão na lateral do corpo e todos os órgão são tirados. A única exceção é o coração. Depois o corpo era colocado de forma que os líquidos do corpo saíam pela incisão.
Enquanto isso os órgãos eram colocados nos vasos canópicos: pequenos recipientes de barro e alabastro, com tampas enfeitadas com cabeças entalhadas em madeira (cabeça humana, de chacal, babuíno e falcão, comumente). No vaso com cabeça humana era colocado o fígado. No de chacal era colocado o estômago. No de babuíno eram colocados os pulmões. E no de falcão os intestinos. Para eles era importante manter os órgãos inteiros para que o defunto pudesse ter uma boa vida no outro mundo.
Depois o corpo era enterrado em natrão, um tipo de sal, que ressecava o corpo para remover todos os líquidos. Não era a intenção deles, mas estudos indicam que esse tratamento matava as bactérias responsáveis pela decomposição. O corpo ficava enterrado por 72 dias e era retirado seco e escuro.
Então o corpo era enchido com serragem, perfumes e resinas pela mesma incisão, que depois era costurada e coberta por uma placa com o Olho de Hórus.
Após tudo isso o corpo começava a ser enrolado com faixas feitas de linho, e coladas com goma arábica. Entre as faixas eram colocados amuletos.
Todo esse trabalho era feito por sacerdotes, que realizavam vários cultos aos deuses ao mesmo tempo. Inclusive pinturas da época indicam que os sacerdotes usavam máscaras.
O corpo era colocado em vários sarcófagos, que era colocados um dentro do outro. Alguns desses sarcófagos eram cobertos de ouro e tinham uma máscara mortuária, com o rosto do morto feito com ouro e jóias. Todos os tesouros do faraó eram enterrados com eles em sua câmara mortuária, dentro de uma pirâmide.
Muitas vezes os animais de estimação do faraó, principalmente gatos e cachorros, eram mumificados e enterrados juntos com seu dono.
Gatos mumificados (créditos ao Wikimedia Commons pela imagem) |
Como todo esse processo era extremamente caro, somente faraós e alguns poucos sacerdotes eram mumificados dessa forma. Pessoas mais pobres podiam pagar para serem mumificados, mas o processo era rápido. Consistia em simplesmente injetar um tipo de vinho no ânus do morto para secar seus órgãos e salgá-lo até que resseque completamente. Depois era enfaixado.
As pirâmides serviam justamente como uma passagem para o mundo dos mortos. Assim que um faraó assumia o poder sua pirâmide e câmara mortuária eram construídas.
O faraó Tutâncamon morreu com 19 anos, e reinou por quase 10. Por isso sua câmara ficou muito simples quando ele foi enterrado. Quando ela foi encontrada, estava intacta. Sua aparência simplória talvez não chamasse atenção dos ladrões.
Sim, ladrões. Eles eram comuns. Adentravam as pirâmides para roubar o tesouro dos faraós. E, por sinal, o tesouro de Tutâncamon era muito grande e estava inteiro na tumba.
Por isso muitas pirâmides possuíam armadilhas, ou eram construídas de dentro para fora, de forma que nada que estivesse de fora pudesse entrar. Havia também a crença em maldições sobre quem violasse as tumbas.
A mais famosa também está relacionada com Tutâncamon. Em 1922 o arqueólogo inglês Howard Carter junto com quem estava lhe patrocinando, Lord Carnarvon, encontraram a tumba de Tutâncamon. Em 16 de Fevereiro de 1923 a câmara mortuária foi aberta.
Foi o início da chamada "Maldição do Faraó". Carnarvon morreu em 23 de Abril de 1923, após uma infecção grave causada por picadas de mosquito no Egito. Na mesma hora houve um apagão no Cairo, e na Inglaterra a cadela de estimação de Carnarvon deitou-se em sua cesta, uivou e logo depois morreu.
No dia em que o túmulo foi aberto, uma cobra (animal que os egípcios acreditavam proteger as múmias) comeu o canário de Carter. E com o tempo todos os que estavam presentes na escavação e na abertura da tumba foram morrendo, um atrás do outro. Somente Carter viveu mais alguns anos.
Esses fatos ajudaram a manter a crença da Maldição do Faraó, apesar de cientistas afirmarem sobre fungos e bactérias que se acumulam nesses lugares antigos e causam doenças fatais.
Até a próxima postagem!
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