sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Capítulo 42: A Peste Negra

A vida na Europa da Idade Média era complicada. As cidades cresciam em um ritmo acelerado e os nobres só se importavam consigo mesmo. Resultado: total descaso com os mais pobres.

As cidades não eram a coisa mais bonita do mundo na Idade das Trevas. Tente imaginar. Casas amontoadas, grande número de pessoas circulando nas ruas junto com animais, mendigos por todos os lados, esgoto a céu aberto, onde as pessoas jogavam suas necessidades pelas janelas. Moscas, baratas e ratos conviviam com as pessoas em todos os lugares. Ela comum que criminosos fossem executados e ficassem expostos, contribuindo para o mal-cheiro e poluição visual. Era um caos para a saúde pública.

E também era a abertura perfeita para doenças. Não se sabe ao certo quando ou onde começou, mas a Peste Negra foi um dos maiores terrores pelos quais a Humanidade passou.



"Peste Negra" foi o nome dado na época. Hoje a conhecemos como peste bubônica. Como a religião tinha forte influência na época, uma doença como essas era considerada castigo de Deus. Na verdade a peste bubônica é causada por uma bactéria chamada Yersinia pestis. A bactéria fica nas pulgas da espécie Xenopsylla cheopis, que por sua vez fica nos ratos-pretos Rattus rattus. E, como eu já disse, ratos eram comuns na época.




Acredita-se que a doença tenha origem no Himalaia. Os principais responsáveis por disseminar a doença entre os humanos foram os mongóis, durante o império de Gengis Khan. A picada da pulga causa a doença, mas ela pode se espalhar por vias aéreas, quando por exemplo um contaminado espirra perto de outra pessoa.

A bactéria ataca principalmente o sistema linfático. Como resultado surgem vários inchaços conhecidos como bubões (daí o nome da doença). Esses bubões são extremamente dolorosos, e ocorrem principalmente nas axilas e virilha, mas podem se espalhar pelo corpo inteiro. Para livrar-se destes bubões, os médicos da época realizavam sangrias, onde o paciente era cortado e seu sangue que acreditavam estar contaminado escorria.



Quando a doença chegava pelas vias respiratórias, recebia o nome de peste pneumônica, porque não havia muitos bubões. Mas afetava os pulmões, atrapalhando a oxigenação do corpo, resultado em partes negras, daí a explicação para o nome Peste Negra.

O tempo de vida de um infectado era menor que uma semana. Muitos médicos da época estudaram a doença. Era comum eles se vestirem com roupas que consideravam bem isolantes, além de uma máscara com um enorme bico cheio de ervas, para evitar a contaminação.



O grande número de pessoas nas cidades ajudava a proliferar a doença. Além do mais os ratos entravam nos navios de comércio e acabavam levando a doença para mais lugares distantes. Alguns militares costumavam jogar corpos infectados com catapultas dentro de outras cidades que desejavam dominar.

A doença matou um terço da população européia, quase 80 milhões de pessoas, entre os anos de 1347 e 1353.


Hoje em dia a bactéria ainda existe, mas pode ser controlada facilmente. Mais de 99% dos casos atuais estão na África.


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Até a próxima postagem!

Capítulo 41: As Cruzadas

Na Idade Média, a Igreja estava adquirindo muito poder. Até que começaram a haver confrontos internos.

Em 1504 houve a Grande Cisma do Oriente. O Império Romano Oriental, Bizantino, discordava de alguns preceitos do catolicismo, principal religião cristã da época. A Grande Cisma resultou em uma divisão: o ocidente ficou com a Igreja Católica Apostólica Romana e o oriente ficou com a Igreja Ortodoxa.
Ao contrário da divisão cristã, outra religião crescia muito. Era o Islamismo. Essa religião havia chegado até o povo turco, que também estava em campanhas expansionistas  Porém os turcos dominaram Jerusalém, e pela diversidade das religiões eles proibiram a visita de cristãos.
Em 1905 o Papa Urbano II começou a planejar uma forma de recuperar Jerusalém, chamada de Terra Santa, e ainda unir de novo as duas igrejas. A forma era uma guerra. Deu início então a Guerra Santa, que também viria a ser chamada de Cruzadas.
Como forma de atrair soldados, surgia a crença de que quem lutasse para recuperar Jerusalém teria seus pecados absolvidos. A nobreza da época também tinha interesse na época, pois se conseguissem ficar no controle de Jerusalém, teriam como lucrar muito mais, podendo organizar as peregrinações ou criar novas rotas comerciais. Então a nobreza passou a financiar a guerra.
Primeiro, em 1096, houve a Cruzada dos Mendigos, também chamada de Cruzada Popular. Um monge chamado Pedro, o Eremita, incentivou uma grande multidão, composta por servos, mulheres, velhos e crianças, para recuperarem Jerusalém. Para financiar a jornada, a multidão começou a saquear dos judeus da Europa. Eles começaram a marchar causando confusão por onde passavam, saqueando e matando. Porém chegaram muito enfraquecidos, e foram massacrados pelos turcos.



A partir daí os Papas e a Igreja tiveram maior influência na formação dos exércitos. Os cruzados recebiam esse nome por usarem uma roupa estampando uma enorme cruz no peito, símbolo do Cristianismo.

No mesmo ano de 1096, houve a Primeira Cruzada oficial. Vários cavaleiros se reuniram e formaram um poderoso exército. Na liderança estavam: Boemundo da Antioquia e Godofredo de Bulhão. Eles se aliaram ao imperador bizantino Aleixo I Comneno. Essa cruzada obteve sucesso e em 1099 conseguem conquistar Jerusalém.



A vitória cristã criou quatro reinos na Palestina: o Principado da Antióquia, o Condado de Trípoli, o Condado de Edessa e o Reino de Jerusalém. Porém um líder muçulmano chamado Zengi deu início a reconquista da Palestina. Ele dominou Edessa em 1144. O Papa Eugênio III deu início a Segunda Cruzada. Os líderes eram Conrado III da Germânia e Luís VII da França. A cruzada falhou severamente, e ainda causou mais confusão entre os turcos muçulmanos e os reinos das cruzadas.



Em 1187, o sultão Saladino dominou Jerusalém de novo. Saladino era um grande líder e foi quem ofereceu mais perigo aos demais. Então o Papa Gregório VIII convocou os três grandes reis da época para lideraram a Terceira Cruzada, eram eles: Filipe Augusto da França, Frederico Barba-Ruiva do Sacro Império Romano-Germânico, e Ricardo Coração de Leão da Inglaterra. Devido a isso essa cruzada também recebeu o nome de Cruzada dos Reis
Frederico foi o primeiro a avançar, porém morreu afogado ao tentar atravessar um rio na Cilícia. Em 1190 finalmente os demais reis resolveram avançar. Os dois foram por mar, porém a marinha francesa foi mais rápida, enquanto os ingleses tiveram problemas. Mas os dois chegaram à Terra Santa, porém com dois meses de diferença. Filipe ficou doente nesse tempo, e resolveu retornar a França, sob um acordo de não atacar as terras inglesas que agora estavam desprotegidas. Ricardo continuou e embarcou em batalhas contra as forças de Saladino. Os ingleses não contavam mais com os franceses e tinham a ajuda de poucos germânicos. Então Ricardo firmou um trato com Saladino: qualquer cristão desarmado poderia ir e volta de Jerusalém, sem ser atacado, e em troca os turcos poderiam continuar com Jerusalém. Após o trato, Ricardo ganhou respeito entre os muçulmanos e Saladino entre os ingleses.




Em 1202, o Papa Inocêncio III resolveu organizar a Quarta Cruzada para recuperar Jerusalém. Porém o Duque de Veneza, Enrico Dandolo, interveio e levou os cristãos a saquearem Constantinopla, terminando de separar de vez as igrejas do Ocidente e Oriente. Vários comerciantes seguiram com o duque e dominaram Zara, boa cidade comercial. Essa cruzada sem sentido durou até 1204.



Em 1212 houve uma cruzada não oficial, que não se sabe se é verdade ou lenda. Após intensas falhas na tentativa de reconquistar Jerusalém, começou a surgir a ideia de que somente almas puras conseguiriam triunfar. Então 50 mil crianças foram enviadas para a guerra. É claro que nenhuma delas chegou ao destino. Muitos morreram, foram vendidos como escravos ou se perderam.



Em 1217 o Papa Honório III organizou a Quinta Cruzada. Os líderes eram: o Duque da Áustria Leopoldo VI, o rei da Hungria André II, e Frederico II do Sacro Império Romano-Germânico. O exército montado por eles ataca o Egito, que era dominado por muçulmanos. Eles tiveram a sorte de chegar em um período onde os sultões do Egito e de Damasco estavam em conflito interno, resultando em fraqueza. Os cruzados então dominaram o território. Os muçulmanos tentam fazer um acordo, entregando Jerusalém e em troca os cristãos saíam do Egito. Mas o acordo foi negado. Mais tarde os muçulmanos tentaram de novo, propondo uma trégua. Mas Frederico II ignorou e continuou os ataques. No fim, foram derrotados. Por suas atitudes arrogantes, Frederico II foi excomungado pelo Papa.

Frederico II não gostou da situação e em 1227 organizou a Sexta Cruzada. Só que ele estava sozinho nesta, já que os demais reis europeus, todos católicos, não queriam ajudar o excomungado. Até mesmo seus soldados o abandonavam conforme marchavam à Jerusalém. Dessa vez ele parecia ter aprendido a lição, e tentou fazer acordos. Só que o Papa Gregório IX tornou a excomungá-lo. Frederico II passou a estudar os costumes muçulmanos, e então conseguiu uma proximidade maior. Graças a isso conseguiu realizar um acordo. Em 1229, ele e o sultão Malik el-Kamil assinaram o Tratado de Jafa, onde os muçulmanos deixaram os cristãos no comando de Jerusalém, e mais alguns territórios, por dez anos. Ironicamente ele foi eleito Rei de Jerusalém, porém preferiu voltar ao trono do Sacro Império Romano-Germânico, com medo de perder os dois para a Igreja. Mas os territórios foram perdidos para os muçulmanos com o tempo.



Em 1248, houve a Sétima Cruzada. O exército liderado por Luís IX da França marchou até o Egito, onde conseguiram dominar o território. Novamente os muçulmanos ofereceram Jerusalém como troca, e a negociação foi recusada. Porém os cruzados foram surpreendidos por uma cheia do rio Nilo, e os muçulmanos se aproveitaram para roubar os suprimentos. Com fome e arrasados por uma epidemia de tifo, os cruzados foram sucumbindo. Luís IX tentou recuar, mas foi preso. Seu irmão, Roberto de Artois, tentou salvá-lo, mas não conseguiu. Então foi necessária uma negociação. O preço pela libertação do rei francês foi enorme, que além de ouro incluía terras. Todas as conquistas das cruzadas anteriores foram perdidas.

A expansão territorial causada pelo líder do Império Mongol Gengis Khan pressionou os turcos muçulmanos. Então eles começaram a tomar terras dos cristãos. O rei francês Luís IX, o mesmo da Sétima, organiza a Oitava Cruzada em 1270. O objetivo agora era converter os sultões ao cristianismo. Os franceses cruzados avançaram, mas foram atingidos por uma peste que derrubou grande parte do exército, inclusive Luís IX. Um de seus filhos, Filipe, o Audaz, foi inteligente e resolveu voltar para casa e desistir da cruzada.
Um ano depois, em 1271, houve a Nona Cruzada. Pelo pouco tempo que se passou, muitos historiadores considera a Nona Cruzada como parte da Oitava. O príncipe Eduardo I da Inglaterra enviou seu exército para tomar Jerusalém de uma vez por todas. Enfrentou o exército do sultão Baibars, até firmarem um acordo. Porém o pai de Eduardo, o rei da Inglaterra Henrique III, havia morrido e Eduardo voltou para casa. No fim, Jerusalém ficou na mão dos muçulmanos.


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Até a próxima postagem!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Capítulo 40: A Idade Média e Feudalismo

A queda do Império Romano marca na história o fim da Antiguidade e início da Idade Média. Alguns historiadores consideram este período como um tempo marcado pela fome, doenças, má produção artística e confrontos intermináveis. Por isso também é chamada de Idade das Trevas.

Durante o século V, o território que antes era dos romanos agora pertence a várias tribos bárbaras.

Um dos principais povos formaram o Reino dos Francos. Diferente dos outros reinos bárbaros, os francos conseguiram manter estabilidade por muito tempo. A primeira dinastia franca foi a dos Merovíngios. Leva esse nome por causa de Meroveu, que juntou os francos para enfrentarem os Hunos, na Batalha dos Campos Catalúnicos.



O mais importante rei merovíngio foi Clóvis, neto de Meroveu, que em 507 na Batalha de Vouillé, derrotou os visigodos e expandiu o reino. Mas sua maior mudança foi se converter ao Cristianismo, ganhando atenção do Papado (que vivia no Império Bizantino). Foram construídas então algumas igrejas e mosteiros no reino.



Em 751 o rei merovíngio é deposto, até mesmo com autorização do Papa, e Pepino, o Breve, assume. Pepino inaugurou a Dinastia Carolíngia.



Foi o filho de Pepino, Carlos Magno, que expandiu o reino franco. Ele era um cristão devoto, e graças a isso a Igreja Católica, sob liderança do Papa Leão III, se aliou a ele, dando até o título de imperador em 800, em uma tentativa de reerguer o Império Romano do Ocidente.
Como o império estava bem grande, Carlos Magno dividiu o território e criou os condados, ducados e marcas, que eram chefiados por condes e duques. Cada conde e duque era responsável por administrar seu território, e deviam obediência o imperador.
O Reino dos Francos vai gerar alguns outros territórios, que serão muito importantes mais tarde.


A Idade Média ficaria gravada justamente pelo poder da Igreja. Ela agia não só como poder religioso, mas também político e às vezes militar.

Surgia também o sistema do Feudalismo. O feudalismo se baseia na agricultura como fonte econômica, e a principal força de trabalho é a servil. A relação básica era entre os Vassalos e Suseranos.



Os Suseranos eram nobres donos de terra e os vassalos os trabalhadores destas terras. Esse sistema criou uma pirâmide social bem definida, onde as pessoas quase não podiam mudar de classes sociais, ou seja, não havia mobilidade social.
No topo da pirâmide estava o clero, que era a Igreja e seus sacerdotes, monges e padres. Membros dessa classe não precisavam pagar impostos e ainda recebiam o dízimo, um imposto em que 10% da produção das terras era destinada a Igreja. Se fortaleciam cada vez mais com o tempo. 



Logo depois vinham os suseranos e a nobreza. Os suseranos possuíam grandes terras e vassalos para servirem. O suserano mais poderoso era o rei. Alguns historiadores discordam desta colocação, e muitas vezes vemos os nobres no topo e o clero no meio.



E na base da pirâmide vinham os vassalos, ou servos. Eles eram camponeses sem muito poder aquisitivo, e deveriam realizar alguns serviços e impostos: a Corveia consistia em um trabalho na terra de um suserano, 3 ou 4 dias por semana; a Talha, em que o servo deveria dar parte do que conseguia produzir ao dono da terra; a Banalidade, que era uma taxa que o servo deveria pagar para usar instrumentos das terras, como o moinho, celeiro ou forno; além de alguns outros.



Porém esse sistema era meio injusto com as camadas mais pobres, e isso gerou algumas rebeliões. A necessidade de defesa dos nobres exigia a criação de castelos, que se tornaram marca registrada da Idade Média. Além do mais, como eu já disse, a Idade Média é marcada por muitos problemas, que veremos nos próximos capítulos.




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Até a próxima postagem!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Capítulo 39: Os Vikings

Sabemos que os bárbaros invadiram em massa as terras romanas. Um povo bárbaro que merece muita atenção é o viking. Sua influência mudaria o mundo mais tarde.

Viking era o nome pelo qual eram chamados por outras civilizações. Eles chamavam a si mesmos de dinamarqueses. Hoje em dia também os chamamos de escandinavos ou nórdicos.

Os vikings desenvolveram atividades agrícolas no começo, mas acharam nos mares o melhor lucro. Pode-se considerar que eram os melhores comerciantes marítimos da época. Criaram barcos especiais, os barcos-dragões (drakkars), que exibiam carrancas entalhadas. Essas carrancas serviam, segundo a crença, para espantar os maus espíritos dos mares. Os drakkars eram extremamente rápidos na água, o que permitia aos vikings entrar, saquear e fugir sem dar tempo para as vítimas convocarem reforços.



Em 865 os vikings dominaram a região da Bretanha. Chegaram também a Groenlândia, a França, a parte Norte da Europa, partes da Rússia e até no Império Bizantino. Foram responsáveis, inclusive, pela destruição do Reino dos Francos. O imperador bizantino, Basílio II, contratou um grupo de vikings para servirem como seus soldados pessoais, formando a Guarda Varegue.

Quando a negociação não era suficiente, os vikings mostravam sua força. Eles também recorreram a pirataria por muito tempo, e foi pela violência que ficaram conhecidos. Os vikings eram máquinas de combate altamente treinadas e preparadas. Viviam em territórios muito frios, o que aumentava sua resistência. Suas armas principais eram os machados, armas que exigiam muita força. Também eram bons no combate corpo-a-corpo, usando de técnicas sujas, como morder o pescoço até rasgar as veias.



As produções cinematográficas de hoje em dia mistificaram os vikings, aumentando seu nível de crueldade e colocando-os como unicamente guerreiros, se esquecendo da parte de que eram grandes velejadores e comerciantes. Criaram também os míticos "chapéus com chifres". Na verdade os elmos vikings eram cônicos e sem chifres, embora alguns relatos confirmem que alguns tinham asas. Isso foi só uma ideia para parecerem mais demoníacos, como eram descritos pelos devotos da época.



O líder dos vikings era geralmente o guerreiro mais poderoso. Os pais treinavam os filhos homens a serem guerreiros e mercadores, enquanto as mulheres educavam as filhas para cozinharem e cuidarem das casas. Dizemos casas, mas com as difíceis condições do sul, os dinamarqueses costumavam viver em cabanas, feitas de madeira e couro de animais como leões-marinhos.

A cultura viking era cheia de deuses guerreiros poderosos. O principal era Odin, deus da sabedoria. Porém os guerreiros cultuavam mais o grande Thor, deus dos trovões. Segundo a tradição, os guerreiros que morressem em combate eram resgatados pelas valquírias, cavaleiras voadoras, e levados ao Valhala, o palácio de Odin onde festejariam e beberiam até o Ragnarok, o fim do mundo. Acreditavam em vários mundos, que dividiam as raças como gigantes, elfos, deuses, humanos e o inferno.



Em meados do século X começaram a aceitar gradativamente o cristianismo, até o paganismo ser abolido. No século XI, devido aos paradigmas da nova religião, eles deixaram de guerrear e estabeleceram reinos que formariam a Noruega, Dinamarca e Suécia. E isso levou a sua queda.


A grande expansão viking mostrou ao mundo o que era navegar. Isso influenciaria muito tempo depois, na Era das Grandes Navegações. Por falar nisso, existem documentos históricos indicando que o viking Leif Eriksson foi o primeiro europeu a chegar a América, muito antes de Colombo.



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Veremos mais tarde o resultado dos vikings terem mostrado ao mundo suas técnicas naúticas!

Até a próxima postagem!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Capítulo 38: O Islamismo

Já acompanhamos grandes jornadas dos judeus, sofrendo com os egípcios e babilônicos, e mesmo assim se erguendo. Vimos os cristãos martirizados pelos romanos, mas ainda assim ganhando cada vez mais seguidores. Mas ainda há mais uma grande religião: o Islamismo.

Assim como o Judaísmo e o Cristianismo, o Islamismo segue um único deus, chamado de Alá. Mas como este blog não fala sobre doutrina religiosa, vamos ver como essa religião foi fundada em seu princípio histórico.

Tudo começa na Arábia. Um homem chamado Maomé, nascido em Meca em 570, viajava com seus pais comerciantes por toda a Península Arábica. Na época o que predominava era o Politeísmo, cheio de deuses árabes. Ele passou a conhecer muito bem essas religiões.
Porém, em 610, quando Maomé tinha 40 anos, ele teve uma visão do anjo Gabriel, que lhe disse sobre o único e verdadeiro deus, chamado Alá. 



A partir daí Maomé começou a realizar peregrinações, ensinando a fé monoteísta. Mas, como vimos por muito tempo, esse tipo de religião tende a ir contrária aos tiranos costumes da época. Então Maomé foi perseguido e teve de sair de Meca, sua cidade natal, migrando para Yatrib (depois chamada de Medina) no ano de 622. Esse evento, chamado de Hégira, marca o início do calendário islâmico.

Gravura árabe do século XV
Em Medina, Maomé é aceito e considerado um profeta. Consegue estabelecer o islamismo como religião oficial e ganha seguidores suficientes para voltar e Meca. Lá ele finalmente consegue fazer o mesmo que fez em Medina.
Maomé morreu em 632, deixando seus ensinamentos e filosofias.



Os principais preceitos são o de acreditar em Deus como único, e ter Maomé como seu profeta. Também é necessária a realização de orações em períodos, todos os dias.
Todo muçulmano (também é o nome de quem segue o Islamismo) deve seguir o livro sagrado do Alcorão, que contém as revelações que o anjo Gabriel fez a Maomé. Ou livro sagrado é a Suna, que contém os feitos de Maomé. Durante o mês do Ramadã, os muçulmanos devem jejuar, como forma de renovação da fé.



A cidade de Meca se tornou extremamente sagrada. As orações islâmicas começaram a ser feitas na direção da Caaba, uma construção feita em volta da Pedra Negra. Acredita-se que a Pedra Negra foi dada a Abraão pelo anjo Gabriel, e era branca, porém foi escurecendo com os pecados da humanidade. Todo muçulmano deve visitar Meca pelo menos uma vez na vida, se tiver condições, e esse é um dos preceitos da religião.


Maomé rezando em Meca (gravura do século XVI). Era comum na arte da época nunca mostrar o rosto de Maomé.


Caaba, em Meca, nos dias atuais

Após a morte de Maomé houve uma breve crise na região, já que todas as ações políticas também eram chefiadas pelo profeta. Após assembleias, novos líderes iam sendo escolhidos. Eles recebiam o título de califa. Porém houveram muitas outras confusões. Isso gerou uma divisão na religião em duas vertentes principais: os sunitas e os xiitas.
Os xiitas acreditam que Ali ibn Abu Talib é o verdadeiro herdeiro de Maomé, de quem era primo e genro. Eles possuem uma visão mais radical do Alcorão, e são (muitas vezes injustamente) culpados por ataques terroristas até os dias atuais.



Os sunitas ficaram do lado de Abu Bakr, quando ele foi eleito o sucessor de Maomé, como primeiro califa. Abu Bakr era companheiro de Maomé, sendo o primeiro a ficar do seu lado, até mesmo quando foram expulsos de Meca. Pela sua relação de amizade é que foi escolhido como primeiro califa.



Sunitas e Xiitas muitas vezes são considerados inimigos mortais. Atualmente existem 85% de sunitas e 15% de xiitas, entre os islâmicos do mundo.

Porém mesmo com essas divisões o Islamismo conseguiu atingiu várias partes do mundo, se tornando uma das maiores religiões da atualidade.


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Até a próxima postagem!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Capítulo 37: O Conquistador do Oriente

Vocês se lembram que no capítulo 27 eu citei dois personagens históricos? Um deles iria dominar o oriente pela paz e outro pela guerra. Já falei do que dominou pela paz, Buda, e agora é a hora de falar daquele que dominou pela guerra: Gengis Khan.



Numa época em que a China era a maior potência do Oriente, na região do monte Burjan Jaldun na Mongólia, nasceu em 1162 o futuro líder do Império Mongol, Temudjin.
O povo mongol estava dividido em tribos, e cada tribo era chefada por um clã. Temudjin era filho de Yesugei, líder de um clã que chefiava uma tribo bem próspera. Quando tinha por volta de 9 anos seu pai foi envenenado misteriosamente. Então um dos comandantes de Yesugei assumiu a liderança do tribo e mandou expulsar todos os descendentes.
Temudjin foi preso. Ainda jovem era torturado e teve uma vida muito difícil, vivendo nas estepes da Mongólia.
Mas quando era mais velho ele conseguiu fugir. Temudjin era muito forte, mesmo sendo jovem, e era como um monstro furioso. Isso chamava a atenção de muitas pessoas, que passaram a segui-lo. Porém ele acabou enfrentando tribos mais fortes, que acabaram por levá-lo preso novamente, dessa vez na China. O imperador chinês estava atrás de escravos e se impressionou com o porte físico de Temudjin. Um monge lhe alertou sobre uma visão, em que este escravo dominaria a China. Mesmo assim o imperador o levou.
Porém mais tarde ele foi resgatado por seus seguidores, liderados pela sua esposa Borte. A partir daí Temudjin começou sua política de unir as tribos mongóis.

Quando conseguiu unir quase todas as tribos, em 1206 ele foi eleito o novo imperador, recebendo o nome de Gengis Khan. Ele organizou seu exército sobre um treinamento pesado. O Exército Mongol era treinado nas estepes, e o cavalo era essencial. A arma principal era o arco longo, com alcance de 500 metros. Todo o exército deveria saber atirar em cima de cavalos, e era isso que tornava-os únicos. O soldado deveria controlar o cavalo apenas com os joelhos, e usar o arco ao mesmo tempo.



Os grandes campos de plantação de arroz e o ouro abundante da China chamaram a atenção de Gengis Khan. Com seu poderoso exército ele conseguiu vencer a Grande Muralha da China, mas parou nas muralhas que cercavam a maior cidade chinesa, Pequim.
O exército mongol fechou cerco a Pequim, e Gengis Khan ordenou a construção de várias armas como catapultas e balistas. As muralhas caíram e Gengis Khan dominou a China.



Em 1218 um mensageiro trouxe a cabeça de um dos generais mongóis, que estava na região da Pérsia. Isso fez Gengis Khan ir até lá, agora armado com os mecanismos chineses que tomara, como canhões de pólvora, além de 200 mil soldados. Era uma nova forma de combate, usando canhões feitos de ferro ou às vezes bambu que disparam bolas de chumbo e pedras a longas distâncias com força violenta. A região foi dominada.



Essa vitória brutal chegou até a Europa, onde os mongóis de Gengis Khan ficaram conhecidos pela sua crueldade e força. A fama se espalhou mais ainda quando conseguiram dominar grande parte da atual Rússia.
Mas, ao voltar para sua terra natal, teve uma febre muito forte que terminou com sua morte em 1227.

Estudos indicam que Gengis Khan foi o maior conquistados do mundo, dominando um território de aproximadamente 20 000 000 km².



Após isso o império começou a desmoronar aos poucos, terminando com tudo quase voltando a ser como era antes de Gengis Khan.

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Até a próxima postagem!

sábado, 9 de novembro de 2013

Capítulo 36: Divisão e queda do Império Romano

Como vimos no capítulo passado, o imperador romano Constantino deu liberdade ao Cristianismo em Roma.

Porém ele não parou por aí. Outra grande mudança de seu governo foi mover a capital do império para a cidade de Bizâncio, e a renomeia Constantinopla (recebera o nome do imperador). A vantagem é que Constantinopla estava no meio das rotas comerciais entre Europa, África e Ásia.
Em 378 assume Teodósio, que declara o Cristianismo religião oficial em Roma. Porém em 395 ele morre, deixando o império para seus dois filhos: Honório e Arcádio.
Eles dividiram o império: Honório ficou com a parte ocidental e Arcádio com a oriental. Era o começo do fim.



O Império Ocidental começou a sofrer mais ainda com os bárbaros.
Em 410 os visigodos conseguiram invadir Roma e realizaram um grande saque. A última vez que Roma tinha sido invadida foi em 387 a.C., quase 800 de invencibilidade. 



Com medo, Honório mudou a capital de Roma para Ravena. Mais tarde Ravena também foi atacada. Em 452 o atual imperador Valentiniano fugiu após uma batalha contra as forças de Átila, o Huno, líder do império huno, e conhecido como "Flagelo de Deus".
Mas Átila não foi o único. Diversas outras tribos germânicas começaram as invasões. Entre eles haviam os ostrogodos, os visigodos, lombardos, vândalos, além de muitos outros.



Estava praticamente impossível controlar os bárbaros, até que em 4 de setembro de 476, o imperador Rômulo Augusto é deposto pelo líder germânico Odoacro. O Império Romano do Ocidente caiu de vez.



Por outro lado, o Império Romano no Oriente se mantém de pé. Foram construídas muralhas em torno de Constantinopla, a capital. As muralhas e o exército conseguiam conter os bárbaros que tentavam invadir. Este império passou a se chamar Império Bizantino.
Em 533 o imperador bizantino Justiniano I começou várias campanhas para recuperar o território romano do ocidente. No mesmo ano ocorreu a Guerra Vândala, onde os bizantinos enfrentaram os vândalos, vindos do Cártago. A guerra terminou com a derrota dos vândalos.
Em 535 Justiniano I deu início a Guerra Gótica, para expulsar os ostrogodos da península Itálica. Depois de 20 anos de guerra, os ostrogodos foram apagados da história.



Veja o mapa do Império Bizantino em 600, com territórios recuperados:



O Império Bizantino se manteria por mais tempo, mas logo veremos isso.


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No próximo capítulo iremos novamente ao extremo oriente!

Até a próxima postagem!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Capítulo 35: A perseguição e expansão do Cristianismo

Tivemos no capítulo 33 a magnífica história de Jesus, e no capítulo 34 a expansão do império romano. Agora é a hora de juntar as duas histórias.

O Cristianismo já vinha crescendo desde as pregações de Jesus, e aumentou ainda mais após a morte deste. Os cristãos estavam se espalhando pela Europa e Oriente Médio. Porém a religião cristã era considerada uma ameaça, pelos grandes governadores. O resultado foi uma grande série de perseguições.



Talvez o maior perseguidor seja o imperador romano Nero. Cristãos eram acusados de conspiração contra o império romano, e executados. Uma forma comum era jogar os seguidores a feras, em espetáculos públicos assistidos por centenas de pessoas. Mas isso só era feito com estrangeiros. Cidadãos romanos eram decapitados em praça pública, o que também não deixava de ser um show a população.
Em 64 d.C., Nero mandou botar fogo em Roma, só para depois culpar os cristãos.



Quem se lembra dos Apóstolos de Jesus? Eles foram os maiores disseminadores da religião, mas também foram os mais caçados. No Circo de Nero, Pedro foi condenado a crucificação, mas pediu para que sua cruz ficasse de cabeça para baixo, pois não se sentia digno de morrer como seu mestre. Alguns outros também foram perseguidos por Roma, mas outros foram perseguidos pelo mundo. Judas Tadeu e Simão Zelote foram mortos a machadadas por persas, seguidores do zoroastrismo. André foi crucificado em uma cruz com formato de "X". Todos esses foram considerados mártires e símbolos da força cristã, ao preferirem morrer a negar seu Deus.



Uma lenda conhecida é a de Dirce, que foi arrastada por um touro até a morte e imortalizada na pintura "O Martírio de Dirce", de Henryk Siemieradzki.


Considerado o maior responsável pela disseminação do Cristianismo, Paulo de Tarso era chamado de Saulo quando perseguia cristãos. Ele viajava por Jerusalém capturando cristãos para levá-los à Roma. Porém, certa vez na estrada, ele teve uma visão de Jesus, envolto de muita luz. Saulo ficou cego, porém recuperou sua visão mais tarde. Após isso passou a pregar a religião que tanto perseguiu. Para isso mudou seu nome para Paulo.



Paulo, cidadão romano, tinha direito de andar por todas as províncias que quisesse. E usou isso para espalhar a religião, ganhando seguidores por todos os lados. Ele enviava cartas para diversos povos, as chamadas epístolas paulinas, que também estão anexadas na Bíblia. Também foi morto durante o governo de Nero. Como era cidadão romano, foi decapitado.


"Decapitação de São Paulo", de Enrique Simonet (1887)
Outros imperadores romanos continuaram a perseguição depois de Nero, como era o caso de Trajano e Décio. Diocleciano ordenou perseguições sanguinárias, após criar éditos que tornavam proibidos as práticas cristãs. Ele também ordenou saques a igrejas e roubava todos os bens dos devotos.


Cristãos usados como tochas, obra de Henryk Siemiradski (1876)

Em 313, o imperador Constantino cria o Édito de Milão, onde legaliza o culto cristão em Roma e nas províncias do império. A partir daí o Cristianismo deixa de ser perseguido, e se expande ainda mais.
Mas somente em 391, o imperador Teodósio torna o cristianismo a religião oficial do Império Romano, e torna o paganismo proibido. Era o fim das perseguições.


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No próximo capítulo veremos como Roma começou a entrar em colapso novamente, dando fim total ao império.

Até a próxima postagem!
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