sábado, 14 de dezembro de 2013

Capítulo 45: O Renascimento

É sujeito a discussão o real motivo pelo qual classificamos o fim da Idade Média. Seja o fim da Guerra dos Cem Anos ou a queda de Constantinopla. Porém sabemos que o período de transação entre essas duas eras foi o Renascimento, nos séculos XV e XVI.

O Renascimento se chama assim porque foi a forma da humanidade renascer depois da Idade das Trevas, marcada por fome, doenças e perseguições.

O que marcou o início do Renascimento foi a valorização da cultura da Antiguidade, principalmente a grega e a romana. Isso inspirou muitos artistas. Na mesma época a Itália sofria uma ascensão comercial enorme, devido a sua posição privilegiada no Mar Mediterrâneo, que a tornava ponto principal para visitantes e mercadores. Surgia uma nova classe social, a burguesia, pessoas ricas mas que não eram donos de terras, e que acabou por colocar fim ao sistema feudal.
Os comerciantes italianos lucravam demais e então começaram a financiar artistas. O Renascimento Artístico foi marcado por obras que duram até hoje.

O italiano Sandro Botticelli trabalhou muito na Capela Sistina, residência do Papa no Vaticano. Entre seus trabalhos mais reconhecidos está a pintura "O Nascimento de Vênus", de 1483

Outro italiano influente foi Michelangelo. Ele realizou vários trabalhos, entre os principais os afrescos e pinturas na Capela Sistina, que são atração até hoje. Mas também se destacou na escultura, como em sua obra "Davi", que mostra uma riqueza de detalhes nunca vista antes em relação ao corpo humano.


Outro italiano famoso foi Rafael Sanzio, autor de diversos trabalhos de pintura e arquitetura, como "Escola de Atenas".



Mas não foi só a arte que evoluiu. Novos pensamentos e filosofias começavam a surgir. Na Idade Média, o que dominava era o Teocentrismo, ou seja, Deus é o centro de toda a importância do Universo. Mas no Renascimento surgiu uma nova ideia, o Antropocentrismo, em que o Homem (no sentido de humano) é o centro mais importante do Universo. Dessa ideia surgiu o Humanismo.

Foi também o tempo da evolução da Ciência. Com o enfraquecimento do poder da Igreja, pensadores e cientistas tinham liberdade para estudar e divulgar suas pesquisas sem medo de serem perseguidos. Muitos cientistas recuperaram os pensamentos da Antiguidade e os corrigiram ou aperfeiçoaram.
No chamado Renascimento Científico, destacam-se alguns cientistas.
Em 1543, o polonês Nicolau Copérnico mostrou ao mundo sua obra "De revolutionibus orbium coelestium", com a teoria do Heliocentrismo, que dizia que o Sol estava no centro do que denominou Sistema Solar, e que os planetas orbitavam a sua volta, diferente da ideia que se tinha até então, de que a Terra estava no centro do Universo, com demais planetas e o Sol girando a sua volta.


Logo depois o italiano Galileu Galilei comprovou o Heliocentrismo, usando um equipamento que ele mesmo desenvolvera, o telescópio. Galileu também trabalhou com questões da Mecânica, como o movimento dos corpos, e também começou a pensar sobre a gravidade.


Baseado nessas ideias, o astrônomo alemão Johannes Kepler continuou as observações ao espaço e criou as Leis de Kepler, que descrevem o básico sobre a movimentação dos corpos celestes em torno do Sol.


A medicina era algo místico na época. Porém o que se conhecia era o básico do básico sobre o corpo. Algumas pessoas revolucionaram esse pensamento, como o belga Andreas Vesalius. Como o estudo aprofundado do corpo humano era malvisto pela sociedade e principalmente pela Igreja, Vesalius roubou corpos em cemitérios para estudá-los. Então ele lançou sua obra revolucionária, "De humani corporis fabrica" , que descrevia muito bem a anatomia humana, desde órgãos até músculos e estruturas ósseas.

Talvez o maior gênio do Renascimento seja o italiano Leonardo Da Vinci. Ele se destaca no Renascimento Artístico e Científico. Desenvolveu trabalhos em áreas como engenharia, anatomia, biologia, química, física, astronomia, mecânica, além de pintar quadros famosos, como "A Última Ceia" e talvez a pintura mais famosa do mundo, "Mona Lisa". Ele era um homem muito a frente de seu tempo, visto que seus projetos demonstravam ideias de máquinas de voo, muito semelhante a helicópteros, roupas de mergulho que permitiam respirar debaixo da água, além de máquinas de guerra, como um canhão de múltiplas bocas, com funcionamento semelhante ao das metralhadoras atuais.

E esses pensamentos puderam se espalhar com velocidade pelo mundo graças a Johannes Gutenberg. Ele foi o inventor dos tipos móveis, uma máquina que era preenchida com carimbos embebidos em tinta que eram prensados sobre o papel. Gutenberg criou uma melhor forma de imprensa, que agilizava a produção de livros, anteriormente copiados a mão, um a um.


E foi assim que surgiu o Renascimento Literário. O italiano Dante Alighieri é o maior destaque. Ele é autor de um dos maiores clássicos da história, "A Divina Comédia", onde descreve uma viagem pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, e está sujeito a interpretações desde séculos atrás.



O também italiano Nicolau Maquiavel publicou o livro "O Príncipe", onde expõe seu pensamento sobre política, onde o governante deve dispor de força e astúcia, usar todos os métodos que tiver para conseguir atingir seus objetivos.



Na Inglaterra tivemos William Shakespeare, talvez o escrito mais famoso do mundo, autor das obras literárias mais conhecidas, como "Romeu e Julieta", que já foi traduzida em dezenas de idiomas e adaptadas a todos os meios de comunicação atuais.


Na Espanha, destaca-se Miguel de Cervantes, com sua famosa obra "Dom Quixote de la Mancha", que era uma crítica a cavalaria da Idade Média.



E em Portugal, destaca-se Luís de Camões, um famoso navegador que descrevia suas jornadas marítimas, acrescentando fantasias, e publicou "Os Lusíadas".

Essas múltiplas evoluções proporcionaram uma mudança radical nos pensamentos da Humanidade, que abrem as portas para a Idade Moderna.

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Até a próxima postagem!

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